quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Een pretigge nieuw jaar

Passar o revéillon fora do Brasil deve ser sempre uma experiência estranha pros brasileiros. Esse foi o segundo da minha vida, mas bem diferente daquele revéillon de 2002/2003 que passei em Barcelona.

Primeiro de tudo, a gente não sabia o que fazer até a tarde do dia 31. Desistimos de ir pra Alemanha por preguiça e falta de vontade de pegar trem. Ficamos procurando um show ou uma festa em vários lugares da Holanda mas acabamos decidindo (ou as oportunidades e restrições decidiram) por uma festa em Breda mesmo.

Tentamos em vão marcar um restaurante pra um jantar antes da virada, por telefone não deu, os que a gente conseguiu se comunicar já estavam lotados. Saímos pra comprar os ingressos da festa, e demos uma passada na frente de alguns restaurantes. Os que estavam abertos, estavam lotados. Fomos pra casa fazer um delicioso frango no curry. Foi uma boa opção no fim das contas.

Cinco pra meia noite, botamos uma garrafa de pró-seco em baixo do braço e fomos pra rua. Primeira grande surpresa: a prefeitura não organiza (pelo menos não em Breda) nenhum show de fogos de artifício, mas as pessoas vão todas pra rua soltar fogos. Cada rua que você passava tinha gente soltando fogos e na grote markt (a grande praça da cidade) muito mais pessoas. Muitas delas com garrafas ou taças de espumante ou similar. Em vão a gente ter saído com o nosso porque não conseguimos abrir e abandonamos nossa garrafa fechada em alguma esquina da cidade. E os fogos de todos os lados duraram meia hora!

É incrível pensar que o símbolo mais significativo do revéillon, os fogos de artifício, não foram em Breda organizados por ninguém, mas cada um que veio com um pouco pra rua pra soltar o seu.
Mas já que é o único dia do ano que se pode soltar fogos aqui, acabou que tinha muitas bombas chilena e peito de véa, o que me lembrava às vezes o São João na rua Caetano Figueiredo quando eu tinha uns 10 anos...

Depois da meia hora de fogos e quando o frio começou a enjoar, a gente foi pra festa. A banda que tocou na festa foi 'Big Shampoo and the hairstylers'. Ainda bem que eles tocaram até umas 4 horas da manhã porque aguentar dj holandês, não dá!

Outro grande choque era as cores da festa e das pessoas. Enquanto no Brasil muita gente usa branco, cores claras, ou a cor pra chamar o que precisa pro ano novo (é uma superstição tão besta, né? mas é bonito), aqui a grande maioria das pessoas estavam de preto ou cinza. Parece 2010 chegando de cara amarrada.

Ah, mas tem banho de mar aqui também! Olha só o que saiu na Radio Netherlands depois da virada:
Thousands go for icy New Year´s dip

A traditional New Year's dip has been held in 63 towns in the Netherlands. Five swims were cancelled due to the cold. In Scheveningen up to 8,500 people braved the freezing temperatures. New Year's dips sponsored by soup company Unox did not just take place inside the Netherlands.

More than 100 Dutch troops in Uruzgan also dived into cold water in skip. The bomb disposal squad organised an improvised firework display and a fun run was held. Dutch expats across the world organised dips in Istanbul, South Africa, Trinidad, Surinam and Bahrain. The most northern New Year's dip organised by the famous pea soup company was in Norway.

...doido é quem vai! Imagina na Noruega? Deus me livre, me guarde, Amém!

Bom, a maioria dos europeus com quem conversei sobre as festas de fim de ano falam como deve ser esquisito Natal e Ano Novo no calor. Eu até concordo, talvez baseado nas minhas manhãs vendo desenho animado durante o programa da Xuxa, que o Natal pode até ter uma graça a mais quando está frio. Já que é muito baseado em comer, família e casa, não muda muito estar dentro ou fora.
Mas o ano novo não, eu prefiro na praia, o povo todo reunido, suado, de branco dançando um cavalo manco com calypso, ou uma música latina com buena vista social club, ou - melhor ainda - só cantando 'alá meu only you' com armadinho. Sinceramente, é uma festa muito mais bonita.

E fico por aqui desejando um feliz Ano Novo pra você, caro ouvinte, da neve, do sol, da praia, do sal, do quentão ou da caipirinha. Também para aqueles do centro, de jaguamaica, do bessa, do cristo e das praias. Que esse ano seja o que você, só você, quiser! Beijo no coração! Umá!

3 comentários:

  1. Feliz natal também, estojinha friorenta!

    Foi triste ler que vocês abandonaram a pobre da garrafa no frio, sem o mínimo de piedade, mas acredito que ela deva ter feito por merecer essa pena. Uma pena, de qualquer maneira!

    Beijos pra você e pro estojinho

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  2. Essa coisa de cultura é maluca mesmo. O negócio do branco no Reveillon no Brasil tem tudo a ver com os africanos que foram "importados" pra cá no tempo da escravidão. Pode ser bobo, mas que é bonito, é. Mas doidera, Geninho tá dizendo aqui que o nome da bomba é "Peido de véa" e não "Peito de véa". Faz sentido, mas no Cristo era "peito de véa" mermo. hahahahahaha

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  3. Oi Aida...

    Ainda bem que você desistiu da Alemanha, por que nao teria valido a viagem...rsrsrsrsrsr
    O meu reveillon foi legal na ilha, mas nada parecido com o nosso reveillon brasileiro, todo mundo de branco pulando as 7 ondas.

    Amei esse blog, por que me identifiquei 100%. O meu primeiro reveillon na Europa foi em Paris, igualzinho ao seu, a única diferenca é que conseguimos abrir a garrafa de pro secco...rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr

    Nao existe coisa melhor do que vestir uma roupinha branca básica e ir curtir a festa na praia. É bonito demais...vai ver foi por isso que eu fiz meus 30 anos na praia, com os convidados de branco...Foi mesmo pra matar as saudades, pra voltar às origens, pra sentir isso outra vez!

    O bom disso é olhar pros amigos europeus e pensar: ahhh, se tu soubesse...rsrsrsr

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