
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Já já vai estar assim!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Prins Hendrikstraat, 11


sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Prins Hendrikstraat, 11
Pois bem, depois de visitar mais quatro apartamentos hoje, e descartar 3 deles - sim, só um está contando na decisão - estamos bem inclinados a decidir por um que tem várias coisas super legais e outras bem menos legais.

Lembra daquele lugar perfeito onde a gente queria morar? Pois não é que o apto que visitamos hoje é bem no meinho da tão desejada área! E não apenas isso, o apartamento é espaçoso o suficiente, tem um quintalzinho gostoso e ainda de brinde um depósito (que dá pra guardar as 4 bicicletas da gente e as trezentas malas que temos). Fica no térreo de uma rua calma, que passa pouco carro e entre duas ruas charmosíssimas.
Falando assim parece perfeito, mas não é. A cozinha, apesar de espaçosa, não tem forno, nem máquina de lavar louças, tem uma parte super esquisita (feia mesmo) e ainda é nela que fica o espaço pra máquina de lavar roupas, o que não é o fim do mundo mas não é tão agradável assim. E o pior do apto é o banheiro: minúsculo, com cortina na área do box (tenho nojo daquele plástico pregando em você...) e uns azulejos horrorosos. Até parece que a cozinha e o banheiro fazem parte de outro apartamento...
Mas fico pensando que se tudo fosse perfeito, eu não poderia pagar pela 'casinha'. Outro ponto super positivo dela é o preço, o menor que vimos até agora e muito barato pra área.
Vamos ao balanço pra como ela fica:
Localização | 3 | |
Acabamento | 2 | |
Cozinha | espaço bom | 1,5 |
Banheiro | minúsculo | 1 |
Varanda | jardim! | 2 |
Banheira | não | 0 |
Máquina de lavar louça | não | 0 |
Espaço interno | 50m2 | 3 |
Melhor do apto | Localização e jardim | |
Pior do apto | Banheiro | |
Preço | 680€ (uns 750€ inclusive) | 3 |
# meses de calção | 1 mês | 2 |
Total | | 17,5 |
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Aquele na Kruisstraat
Hunf, hunf, hunf! Meu primeiro pensamento foi 'porra, perdi a natação pra nada!'. Mas até que não, foi bom ter visto o apto de Gamze. Cheguei à conclusão que o primeiro apto que visitei - aquele da Kleine Berg - é pequeno demais. Acho que o que eu preciso mesmo é de um lugar separado e uma sala um pouquinho maior que aquele. O tamanho do de Gamze, por exemplo, está ótimo. Acho que são uns 50m2.
Termino infelizmente sem 'tabelinha de pontuação', como bem disse Fernando, mas com mais certeza do que a gente quer.
E pra quem quiser entender melhor onde esse apartamento fica:

quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Kleine Berg, 24
Esse fica na Kleine Berg, uma rua bem legal, cheia de restaurantes bacanas, lojinhas bonitinhas e a melhor loja de linha/costura da cidade (olha a má intensão!). O prédio é novo, contruído em 2008, e fica por trás da casa alinhada com a rua, ou seja, 'dentro' do quarteirão. Portanto, um lugar tranquilo e silencioso, ainda mais que a rua é de tráfego moderado (quase não passa carro).

Balanço:
Localização | 3 | |
Acabamento | 3 | |
Cozinha | tem tudo | 3 |
Banheiro | falta banheira | 2 |
Varanda | não | 0 |
Banheira | não | 0 |
Máquina de lavar louça | sim | 1 |
Espaço interno | 40m2 | 1 |
Melhor do apto | Localização e acabamento | |
Pior do apto | Entrada pelo quarto | |
Preço | 725€ (uns 800€ inclusive) | 2 |
# meses de calção | 2 meses | 1 |
Total | 15 |
Caça ao apartamento
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Ik spreek geen nederlands!
A vida complica por não falar holandes por causa tanto de coisas mais simples, como pegar um ônibus, quanto de coisas mais complicadas, como alguns setores públicos que só podem falar holandês. Por exemplo, toda carta que chega lá em casa é em holandês: contas de água, luz e telefone; folha de pagamento; impostos; iptu; e o que mais você imaginar. Aí de repente chega uma conta de 200€ pra pagar, e você fica 'por que danado eu tenho que pagar isso?' Viva o google translate que ajuda nessa hora, mas ninguém merece ficar digitando não-sei-quantas cartas pra entender o que é.
E o cinema? Claro que é tudo legendado em holandês (ainda bem que legendado e não dublado). Tem um cinema em Breda muito legal, o chassé theatre, que passa filme de tudo quanto é canto do mundo. Mas, infelizmente, a gente tem que ficar no circuito inglês-espanhol-português (quando, uma vez a cada quatro anos, que nem copa do mundo, tem filme em português). Ah, mas um dia a gente foi assistir um filme brasileiro - Terra Vermelha - felizes da vida, sendo que o danado era sobre os índios da Amazonia e pelo menos 70% do filme era numa língua indígena lá. Pomporom.
Outras milhões de situações constrangedoras/engraçadas por não falar holandês eu passo sempre no trem . Claro que por pegar o trem quase todo dia aumenta substancialmente a probabilidade dessas situações acontecerem. É super normal o trem parar no meio do nada, o controleur avisar apenas em holandês o que está acontecendo, e eu ficar com a maior cara de tacho sem saber se o motorista teve um ataque cardíaco, se o trem atropelou alguém ou se é apenas um trem devagar na frente da gente. O que acontece muito também é as pessoas perguntarem o que eu estou fazendo quando me veem fazendo crochê, uma vez um controleur até sentou comigo e me ensinou como dizer trichot, cachecol e outras coisas em holandês (nem me pergunte como é que eu já me esqueci!). Mas o melhor foi num dia que o trem pifou e tivemos que pegar um ônibus. Um empurra-empurra danado, até que eu consigo colocar minha bicicletinha no bagageiro do ônibus (pois, justo nesse dia eu tava com minha bicicleta dobrável). Sendo que depois que eu coloquei a bicicleta, perigou eu não conseguir entrar no ônibus (situação agravada pelo meu metro-e-meio de altura). Até que um menino que colocou a mala do lado da minha bicicleta falou alguma coisa pro galego que tava controlando a entrada no ônibus. É lógico que não entendi uma palavra, mas gritei logo 'ik ook!' [eu também] e entrei logo depois do menino. Hehehe.
Meu básico holandês me salva um bocado. E mesmo que até agora ele não tenha evoluído o quanto eu queria, é uma sensação incrível poder entender pouco do que o povo fala e se virar minimamente quando preciso.
Pesando os pros de saber a língua e os contras que é aprender - porque ô língua danada de difícil de aprender, ela simplesmente não entra na minha cabeça, não é nem a gramática, isso a gente aprende, é o vocabulário que eu não consigo nem a pau memorizar. Acho que compensa entender o máximo possível, por isso vou continuar tentando, vamos ver até quando eu vou insistir. (Comecei o terceiro semestre do holandês, o advanced, mas meu holandês não tá nada advanced ainda :P).
Enfim, se você não quiser ser um alienado no país, você tem que entender um mínimo da língua local. Ao menos que você esteja tranquilo vivendo numa bolha. Mas eu quero mais e mais entender e evitar uma frasesinha ainda muito recorrente: ik spreek geen nederlands!
Pra vocês terem uma idea de como é o holandês (no fim é um video de um site que 'ensina' holandês, o taalklas.nl):
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Ahh, o verão...
Esse ano não. Finalmente o verão nos países baixos está descente. Nos últimos dias me espantei com a temperatura de Breda e Eindhoven comumente mais alta que em João Pessoa.
Esse verão tá quente, pegando fogo. Do naipe de dar 32 graus dentro de casa, precisar dormir com a janela aberta, sair por semanas seguidas de saia sem meia-calça, tirar o mofo de todas as blusinhas de alcinha e querer só ter sandálias em vez de tênis. Parece uma celebração da vida, coisas tão banais pra quem vive perto da linha do Equador são celebradas durante esses três meses do ano (tomara mesmo que dure três meses). São várias as delícias de um verão quentinho: 1. Poder sair com as canelas de fora. Bom demais usar uma saia sem meia-calça. A pele respira depois de tantos meses debaixo de tanta camada de roupa. Além do que, você se veste muito mais rápido e é muito mais fácil escolher que roupa usar porque você não tem que pensar em 5 peças de roupas diferentes que combinem e estejam limpas.
2. Poder deixar as janelas de casa abertas. Pelo menos por alguns meses a casa não fica com cheiro de guardada, ou pior, cheiro do jantar de ontem.
3. Secar roupa no sol. É incrível a diferença que faz entre uma roupa secada na máquina de secar e uma secada no sol. A roupa fica com um cheiro bom, psicologicamente eu penso que está mais limpa e eu ainda me sinto mais ecologicamente correta.
4. North Sea Jazz Festival. O festival mais legal que fui na minha vida acontece todo verão em Rotterdam. Esse ano foi muito melhor com a temperatura perto dos 30 do que no ano passado quando era difícil ficar na parte externa do festival. Mas independente de temperatura, essa é uma das maravilhas de estar nas Zoropa: acesso à cultura.
5. Comportamento das pessoas. Outra coisa espantosa é o quanto as pessoas mudam no verão. Todo mundo fica sorridente, vai pra rua, fala mais com estranhos. Parece outra vida que elas levam.
6. Sorvete, muito sorvete. Fica tão mais gostoso tomar um sorvete quando tá quentinho! E ainda mais com a sorte que a gente tem de ter um 'friberg' e uma 'friandize' em Breda (ou seja, duas sorveterias muito boas).
7. Silêncio na universidade. A grande maioria das pessoas da universidade entra de férias. Por dois meses é o melhor lugar do mundo pra trabalhar.
8. Jantar na varanda de casa. Especialmente quando o pôr do sol está bonito. Tem dia que o céu fica lindo! Tem uma cor que parece o Marrocos, as nuvens são diferentes e geralmente somos presenteados com balões passando perto da nossa laje.
9. Andar de bicicleta no calor. Tem gente que reclama que andar de bicicleta no calor é ruim, mas eu garanto, é muito melhor do que no frio. Pelo menos não dói. Ainda tem aquele ventinho gostoso...
10. Tomar banho frio. Calor de 30 graus, sem um pingo de vento, como é gostoso tomar um banhozinho frio e colocar um vestidinho fresquinho.
11. Os trens. Ficam vazios, vazios. Qualquer hora é tranquilo pegar trem, você não precisa ficar adiando sua volta pra casa pra poder pegar um trem mais vaguinho.
12. Ir pro parque, tomar banho de sol e ficar curejando a vida do povo.

Mas, como nem tudo são tulipas, também tem coisa chata pra caramba:
1. Gente fedendo. Tudo bem que aqui tá longe de ser como na França, mas você ainda encontra pessoas com aquele cheirinho de inhaca. Talvez eles também acreditem que banho demais faz mal (os franceses têm essa teoria, existem exceções claro).
2. Mulher com sovaco cabeludo. E com que cara você fica quando percebe que aquela sua colega de trabalho não depila as axilas? Bom, essa história aconteceu com um amigo e não comigo, mas eu fiquei imaginando como eu iria reagir. Acho que iria ficar dizendo pra mim mesma 'É normal, não é feio, não fique olhando', mas queria não passar por isso.
3. Ar condicionado mais frio do que precisa. Não é só nos ônibus da real ou no cinema box, aqui eles também usam o ar condicionado com a gota serena no negativo. Aí você sai toda feliz porque finalmente tá conseguindo usar aquele vestido que comprou no verão passado, mas fica morrendo de frio. Eu já aprendi: tenho uma manta na universidade pra poder usar o vestido e não congelar. Mas eu odeio a temperatura do meu prédio da universidade.
4. As festas dos vizinhos. Em geral nossos vizinhos são bem simpáticos, mas gosto musical fica infelizmente tá longe de simpatia. Festa no verão o povo faz nos terraços de casa, e os terraços de dois vizinhos nossos dão pra nossa janela do quarto. Ficamos com duas opções: escutar a danada da música alta do vizinho + as risadinhas da galera, ou dormir com a janela fechada cozinhando dentro. Ainda bem que um dos vizinhos chama a gente pras festas. A melhor solução que temos é fazer mais amizade com o outro.
5. Tudo fecha. A cantina lá da universidade, os departamentos do governo, algumas lojas, tudo fecha. Aposto que se você ficar doente, tem que esperar até setembro pra ser atendido (brincadeira).
6. Pegar o trem com as pessoas com roupa de banho, indo pra praia, enquanto você tá indo trabalhar. Ninguém merece!
Não é novidade que pra mim o verão tenha muito mais coisas boas que ruins. De qualquer forma, como afirmei em um 'post' passado, é bom estar vivendo as quatro estações do ano, principalmente quando elas são bem definidas. Desse jeito, fica mais fácil a temporada nas terras baixas. Além disso, como estava conversando com Daniel um dia (um amigo brasileiro), imagina se fosse assim [verão] sempre, não iria caber de gente querendo morar aqui.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Socorram-me subi no ônibus em Marrocos
Ainda no avião da Air Maroc dava pra ter uma ideia do choque holanda-marrocos que iríamos viver durante a viagem: várias mulheres de véu, comida boa e uma estranha abordagem no jornal marroquino em francês. Nele tinha uma matéria de três páginas apoiando a implementação da educação sexual nas escolas marroquinas. Um nível de discussão que eu só imagino existir num Brasil de lá pelos anos 60.
Desembarcamos em Marrakesh depois de uma escala em Casablanca. A primeira lembrança que eu tenho, depois do lindo aeroporto é da bagunça do trânsito, da quantidade de bicicletas misturadas com motocicletas e com os carros. A segunda imagem mais marcante são as cores, ou melhor, a cor, tudo é terracota: as casas, as ruas, o pôr-do-sol, o deserto: é uma cor única e linda (pros meninos que não sabem a diferença entre roxo e lilás, terracota é aquela cor de telha, tipo um vermelho fubento). A cidade encanta de qualquer esquina que você olhe, aliás o país inteiro, são paisagens naturais, contrastes urbanos, luz intensa e calor gostoso.
* Independente de estética, é claro que é preciso garantir que bairros e residências tenham conforto térmico, acústico e visual. Mas isso é uma conversa longa, talvez eu volte a isso por aqui um dia.